CONCRETO
O emprego da protensão requer, em geral, a utilização de técnicas mais requintadas que oferecem melhor qualidade às obras, reduzindo seu custo final em relação ao concreto armado convencional. O controle da qualidade global deve ser mais eficiente, tornando-se possível e necessário o uso de concretos de qualidade.
Resistências elevadas nos concretos são desejáveis por aspectos, tais como: - a introdução da força de protensão geralmente causa solicitações prévias elevadas; - o emprego de concreto de alta resistência favorece ainda mais a redução das seções transversais, diminuindo o peso próprio; - quanto maior a resistência do concreto, maior será também seu módulo de elasticidade, o que contribui para redução das perdas de protensão causadas por retração e fluência.
Para estruturas protendidas, a resistência característica do concreto (fck) situa-se geralmente acima de 30 MPa.
O módulo de elasticidade é um parâmetro fundamental para a análise das deformações dos elementos estruturais, e seu valor pode variar significativamente para concretos de mesma resistência, pois depende principalmente do tipo dos agregados utilizados e da quantidade de pasta de cimento no concreto.
ARMADURA PASSIVA
Armaduras passivas são aquelas dispostas sem tensões prévias nas peças estruturais. Empregam-se aços dos tipos comuns CA-50 e CA-60, utilizados no concreto armado convencional. Recomenda-se que nenhuma peça tenha índices excessivamente baixos de armadura passiva (por maior que seja o grau de protensão), pois esta desempenha diversas funções importantes, tais como: » elimina ou reduz a fissuração provocada pela retração do concreto; » garante resistência para tensões elásticas de tração em serviço; » aumenta o momento de fissuração da peça; » aumenta o momento fletor de ruptura da seção.
O aço CA-50 é também utilizado para a composição das armaduras de fretagem, ou seja, as armaduras que absorvem os esforços de tração na região das ancoragens, provocados pela aplicação da força de protensão.
ARMADURA ATIVA
Os aços para armadura ativa caracterizam-se pela elevada resistência e pelo diminuto patamar de escoamento.
De modo geral as exigências referentes às disposições construtivas das armaduras protendidas são mais rigorosas que aquelas relativas às armaduras passivas, devido aos níveis de tensão mais elevados.
As propriedades mecânicas dos aços de protensão são caracterizadas pelos seguintes elementos: - tensão correspondente ao alongamento de 1%; - limite de resistência à tração; - alongamento após ruptura; - número de dobramentos alternados, sem fissuras ou ruptura.
Ao final da fabricação, para melhorar sua qualidade e trabalhabilidade, as cordoalhas são submetidas a um dos seguintes tratamentos:
- aliviamento: é a retificação por tratamento térmico que alivia as tensões internas de trefilação e produz os aços de relaxação normal (RN). - estabilização: é um tratamento termo-mecânico que melhora as características elásticas e reduz as perdas de tensão por relaxação, ou seja, produz os aços de baixa relaxação (RB).
CORDOALHAS PARA PROTENSÃO
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ESPECIFICAÇÃO DOS PRODUTOS
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PRODUTO
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Diâmetro Normal
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Área Aprox.
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Área Mínima
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Massa Aprox.
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Carga Ruptura Mínima
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Carga Mínima 1% de Alongamento
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Alongamento Após Ruptura
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( mm )
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( mm² )
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( mm² )
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( Kg / km )
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( KN )
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( Kgf )
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( KN )
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( Kgf )
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( % )
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CORD. CP 190 RB 7 |
12,7
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101,4
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98,7
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792
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187,3
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18730
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168,6
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16860
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3,5
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CORD. CP 190 RB 7 |
15,2
|
143,5
|
140
|
1126
|
265,8
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26580
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239,2
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23920
|
3,5
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ANCORAGENS De acordo com as definições da NBR 7197 (1989), ancoragem é o dispositivo capaz de manter o cabo em estado de tensão, transmitindo força de protensão à estrutura.
As ancoragens ativas são as que permitem a aplicação da força de protensão e as ancoragens passivas simplesmente solidarizam uma extremidade da cordoalha no concreto. Ambas são compostas pelos mesmos elementos, sendo a ancoragem passiva preparada antes da concretagem, pela operação de pré-blocagem.
As placas de ancoragem são feitas de aço, também disponíveis para fixação das cordoalhas nos diâmetros 12,7mm ou 15,2mm. O travamento da cordoalha é feito por um sistema de cunha metálica bi-partida que prende a cordoalha de maneira simples quando a carga é aplicada.
Conjunto Placa - Cunha para Ancoragem
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PLACAS DE ANCORAGEM
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A
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B
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C
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D
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mm
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mm
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mm
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mm
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1/2"
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12,7mm
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127
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57
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36
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33
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5/8"
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15,2mm
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151
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78
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40
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40
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No preparo dos cabos, as extremidades passivas são pré-bloqueadas, ou seja, recebem uma ancoragem passiva com a aplicação da mesma força calculada para a máxima solicitação da peça.
COMPONENTES PARA ANCORAGEM
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No sistema de cordoalhas engraxadas as zonas de ancoragem merecem atenção especial tanto na fase de projeto quanto na fase executiva das obras. Como o cabo não possui aderência com o concreto ao longo das peças, a manutenção e distribuição da força de protensão é de responsabilidade do sistema de ancoragens.
Na operação de protensão, a ancoragem é submetida à forças de tração longitudinais com valores aproximadamente de uma vez e meia a força de protensão, portanto, estas peças devem resistir pelo menos a esta solicitação, estabelecendo-se assim uma reserva de confiança deste elemento.
EQUIPAMENTOS PARA PROTENSÃO
A protensão de uma cordoalha por vez (monocordoalha engraxada) permite o uso de macacos de protensão de pequeno porte e relativa leveza.
Os macacos são oferecidos geralmente para forças máximas de 20 e 30 toneladas, para tensionamento das cordoalhas de 12,7mm e 15,2mm, respectivamente.
O macaco é acoplado a uma bomba hidráulica que deve estar devidamente calibrada de tal forma que a força de protensão de projeto venha a ser aplicada efetivamente na estrutura. Recomenda-se uma calibragem periódica, pois o desgaste do uso influi nos dispositivos de controle.
MACACO PARA MONOCORDOALHAS
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CONJUNTO MACACO - BOMBA
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BOMBA HIDRÁULICA
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MACACOS PARA MONOCORDOALHAS
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DIÂMETRO
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A
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B
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C
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CURSO
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PESO
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pol |
mm |
cm |
cm |
cm |
cm |
kg |
1/2" |
12,7 |
45 |
20 |
17 |
22 |
20 |
5/8" |
15,2 |
56 |
26 |
18 |
22 |
34 |
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